E perseveraram na doutrina dos apóstolos e na comunhão...
“E perseveraram na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”. (Atos 2.42)
“ E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura: as cousas antigas já passaram; e eis que se fizeram novas”. (2 Co 5.17)
I. A Importância da Comunhão na Igreja
Um dos grandes resultados da nossa posição espiritual em Cristo, é sem dúvida o privilégio de manter comunhão com a trindade santa e comm os nossos irmão em Cristo. Tanto as epístolas quanto o livro de Atos dos Apóstolos nos oferecem o modelo ideal do viver cristão em comunidade como Igreja. Este texto é um resumo de um dos elementos essenciais no discipulado cristão. Vamos destacar neste estudo a comunhão na famíla de Deus como um dos grandes efeitos da nossa realidade espiritual em Cristo Jesus.
1.1. O Que é Comunhão?
a) O termo comunhão vem do grego “Koinonia” com o significado de vida em comum, comunicação, solidariedade, união e acordo. É a qualidade de existir em comum; participação mútua.
b) Comunhão é uma palavra composta de duas outras palavras: “comum” e “união”. “Assim, pode-se dizer que comunhão significa sermos unidos de tal forma que temos as coisas em comum”.
c) Comunhão é o compartilhar tudo que sou e que tenho com os outros. É muito mais que um companheirismo amistoso.
d) Comunhão é a atitude de abrir nossas vidas para nossos irmãos e amá-los. A comunidade é a estrutura que facilita a comunhão. A comunhão cristã está baseada em relação familiar com Cristo e a sua Igreja.
e) A comunhão e comunicação estão muito ligadas, Rm 12.13.
f) Devemos manter comunhão com a Trindade Santa conforme lemos em 1 Jo 1.3,7 e 2 Co 13.13 mas também com os nossos irmãos em Cristo, 1 Jo 1.7.
g) “Comunhão tem a ver com aquela relação pessoal que os cristãos gozam com Deus e uns com os outros, em virtude de serem unidos a Jesus Cristo. Quem estabeleceu essa relação foi o Espírito Santo, que habita no cristão, unindo-o a Cristo e a todos os que são de Cristo. Essa relação se expressa de diversas maneiras, entre as quais: compartilhar bens materiais, cooperar na obra do evangelho, e manter a unidade e o amor entre os cristãos”. ( Lowell Bailey )
1.2. Por que a comunhão é importante?
a) Em primeiro lugar, a comunhão com meus irmãos revela minha comunhão com Deus, 1 Jo 1.7; 2.9-11; 3.14-18; 4.7,8, é impossível dizer que tenho uma íntima e profunda comunhão com Deus, se minha relação com meus irmãos não demonstra o mesmo.
b) Em segundo lugar, a comunhão é importante porque revela nosso desenvolvimento com o povo de Deus, Rm 12.10; 13.78; 1 Pe 1.22; Gl 5.13; Cl 3.13. A comunhão com os irmãos atende a uma das necessidades mais profundas do ser humano que é amar e ser amado. A Igreja tem que se destacar em primeiro lugar pelo amor, 1 Co 13; Sl 133.
c) A terceira razão pela qual a comunhão é tão importante é porque ela é a base do nosso testemunho ao mundo, Jo 13.35; 17.21-23; 1 Jo 4.11,12, se não demonstrarmos o amor de Cristo, o mundo terá boas razões para rejeitá-lo.
II. Como podemos melhorar nossa comunhão?
Observando as oportunidades que Deus nos dá e cumprindo os mandamentos bíblicos da mutualidade ou fraternidade:
a) Exercitar o amor fraternal e o respeito mútuo, Rm 12.10;
b) Descobrir algo bom nos outros e não apenas julgá-los, Rm 14.13;
c) Admoestar quando necessário, Rm 15.14;
d) Cooperar com os outros sempre que puder, 1 Co 12.25;
e) Servir nas dificuldades, Gl 5.13; 6.2;
f) Suportar as diferenças, Ef 4.2;
g) Ser paciente com os outros e perdoar sempre, Ef 4.32;
h) Não mentir ao irmão, Cl 3.9;
i) Não falar mal do irmão, Tg 4.11;
j) Confessar as faltas e orar pelos irmãos, Tg 5.16;
III. Crescendo na comunhão fraternal
“Rogo-vos... que andeis de modo digno da vocação para a qual fostes chamados, com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz”. (Efésios 4.1-3)
O nascimento na família de Deus acontece quando a pessoa reconhece que Jesus Cristo é o único meio de alcançar a Salvação eterna e assim entrega-se a Ele e se compromete a uma vida de fidelidade.
A vida cristã é uma dinâmica onde cada dia estamos crescendo e desenvolvendo o nosso ser e o nosso caráter. É o processo da santificação que tem a participação humana e divina. Porém há um imperativo para nós: O crescimento espiritual em todos os aspectos da nossa vida cristã, 2 Pe 1.5-7; 1 Co 12.13-31; Hb 12.15.
Estudaremos alguns aspectos importantes do crescimento na comunhão fraternal.
3.1. Crescer em comunhão fraternal envolve nossa união com Deus e com os irmãos, Sl 25.14; Rm 12.10; 1 Ts 4.9; Hb 13.1; 1 Pe 1.22.
Qual a diferença entre escutar um sermão bíblico através do Rádio ou TV e na igreja? Basicamente, a diferença está na comunhão.
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3.2. Crescer em comunhão fraternal é crescer em família, Rm 12.10; Cl 3.9; 1 Co 12.12-31; Sl 133; Jo 13.35. Este crescimento acontece quando reconhecemos que somos filhos do mesmo Pai e buscamos conhecer as pessoas, sua necessidades, suas vitórias e alegrias. Quando a fraternidade cristã impera, ela fecha todas as brechas para a entrada de discriminação seja qual for o tipo.
“Não devemos impor nenhuma condição para aceitação de nossos irmãos, a não ser as que Deus impôs para aceitá-los”.
Mattew Henry
3.3. Crescer em comunhão fraternal é aprender a conviver com as diferenças, 1 Co 12.12-31; Ef 4.1, 2. Cada membro tem a sua aparência, importância e função no corpo de Cristo. As diferenças existem. Cada membro é uma pessoa única com a sua formação familiar, educacional, com temperamentos, hábitos, etc... Para que haja uma perfeita harmonia ou fraternidade cristã é preciso uma ação do Espírito de Deus através do amor que une os irmãos em Cristo, Sl 3.13.
“Para os primeiros cristãos, ‘Koinonia’ não era a comunhão enfeitada de passeios quinzenais patrocinadas pela Igreja; não era chá, biscoito e conversas sofisticadas no salão social depois do sermão. Era um compartilhar incondicional de suas vidas com os outros membros do corpo de Cristo”.
Ronald J. Sider
3.4. Crescer em comunhão fraternal é dar espaço para o perdão, Hb 12:15. A diferença do cristão está em como ele administra as divergências e as marcas deixadas nos relacionamentos. A melhor estrada a ser caminhada, ainda que não seja tão fácil, é a do perdão, Mt 6.14,15; 18.15-35; Cl 3.13; Tg 5.16.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como filhos de Deus adotados em sua família pela obra meritória de Jesus Cristo, temos o privilégio de permanecer em Cristo, e ligados a ele em santa comunhão, também somos capacitados para vivenciarmos em nosso dia a dia um extraordinário nível de comunhão horizontal. Viver na família de Deus implica nossa comunhão com os irmãos. Você está percebendo que Deus deseja despertá-lo para uma vida de maior comunhão com Ele e com os irmãos?