26 fevereiro 2010

Retiro 2010

Retiro 2010

IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS


O Joio

O que é o joio?
O joio é “uma erva daninha que nasce nas plantações de grãos, parecida com o trigo”[1]. É conhecido também como cizânia e trigo bastardo. Até que sua espiga esteja madura, é quase impossível distingui-lo do trigo verdadeiro, mesmo sob o escrutínio mais severo.[2]

Abaixo do solo, a raiz do joio é mais ampla e profunda e se entrelaça na do trigo. O sistema de raízes do joio é bem mais desenvolvido que o do trigo.[3] Arrancar o joio é arriscar tirar o trigo junto e com ele um grande torrão de terra. A raiz do trigo é curta e se desprende facilmente do solo. Em sentido figurado, pode-se dizer que o joio é apegado às coisas deste mundo, apesar de externamente ser parecido com o trigo. Entretanto, acima do solo, quando trigo e joio começam a espigar, é possível distinguir facilmente um do outro – “pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.20).

O “fruto” do joio é impróprio para o consumo humano, porém, “é freqüentemente lançado às galinhas como ração”.[4]

Espiritualmente, o joio são os filhos do maligno.

Onde está o joio?

Jesus disse que “o campo é o mundo”, no qual se encontram “a boa semente” e “o joio”. Os “filhos do reino” e os “filhos do maligno” (Mt 13.38). Alguns comentaristas entendem que a expressão “o campo é o mundo” de Mateus 13.38 não inclui a igreja. Segundo H. N. Ridderbos, “a referência é à mescla no mundo, não na igreja”.[5] Conquanto é correto afirmar que “a igreja” não é “o reino dos céus”, é evidente que ela faz parte dele.[6] Os argumentos de William Hendriksen, de que a igreja visível está definitivamente compreendida na parábola do joio do campo, são dignos de consideração:

a. Se “trigo” refere-se às pessoas em cujos corações a boa semente está produzindo fruto, isto é, em geral, à soma total dos crentes, e o “joio” é semeado entre o trigo, não paralelamente a ele nem em um campo vizinho, então, não é natural pensar na mescla de membros verdadeiros e falsos na igreja visível?

b. É nos dito claramente que no final da era o Filho do homem recolherá “de seu reino” tudo o que é ofensivo e perpetra iniqüidade. A parábola não diz que serão arrancados “da terra”, mas “de seu reino”. Como podem ser “recolhidos de” se previamente não estavam dentro, neste caso, dentro da igreja visível?[7]

Pode o joio virar trigo?

Nunca, jamais! Do mesmo modo que é contrário à lei da natureza física o joio virar trigo, o princípio também se aplica na lei espiritual. No mundo espiritual, o joio é uma classe de pessoas que não encontrará guarida no coração de Deus. A parábola do joio do campo (Mt 13.36) revela uma perspectiva escatológica. Na consumação do século, “Mandará o Filho do homem os seus anjos, que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniqüidade e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt 13.41,42). “O joio são os filhos do maligno” (Mt 13.38). Os falsos discípulos do reino. Eles têm “cara de santo”, parecem crentes, mas são filhos do maligno, praticantes da iniqüidade (cf. Mt 7.21-23). Definitivamente eles não pertencem ao Senhor (cf. 2Tm 2.19).

É certo que os filhos do maligno sofrerão o castigo eterno por praticarem a iniqüidade. No entanto, nem todo iníquo será, evidentemente, condenado, porque para muitos deles haverá lugar de arrependimento para a vida eterna. E embora muitas vezes possam parecer com o joio, eles não são joio. Pertencem aos eleitos de Deus que um dia serão salvos, ou seja, serão transformados em trigo, na “boa semente” que “são os filhos do reino” (Mt 13.38); em justos que “resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai”, conforme disse Jesus (Mt 13.43).

Concluindo:

Alguns comentaristas acham que a resposta negativa à pergunta “Queres que vamos e arranquemos o Joio?” significa que Jesus está dizendo que devemos ter paciência com o joio que pulula as igrejas e esperança de que um dia o joio se converta em trigo. No meu entendimento, essa interpretação não é correta, conforme já mencionei anteriormente. A ordem de não arrancar o joio é para preservar o trigo; para não se cometer injustiça com os justos (Mt 13.29). “Com o pretexto de manter a pureza da igreja, crentes zelosos têm causado dano incalculável, julgando e afastando outros cristãos da igreja”.[8] Contudo, é importante observar que o ensino bíblico acerca da disciplina eclesiástica de forma alguma se anula aqui.

Conforme observa corretamente John MacArthur, “esta parábola não está dizendo que devemos estar despreocupados com as diferenças entre o trigo e o joio até o juízo final. Ela não nos estimula a aceitarmos joio como se fosse trigo. Não sanciona a indiferença para com os pecados dos perdidos. E nem sugere que nos esqueçamos de que há pragas no campo, e que nos tornemos desatentos para o perigo que representam. Simplesmente nos diz que devemos deixar o juízo final e a questão da retribuição nas mãos do Senhor e dos seus anjos”.[9]
MacArthur, p. 153.

Rev. Josivaldo de França Pereira

Pastor da I. Presbiteriana do Brasil. Bacharel em Teologia pelo STP – SP e Doutorando em Ministério pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper - SP.

Fonte: A Supremacia das Escrituras

Notas:

[1] Citado por Simon Kistemaker, As parábolas de Jesus. São Paulo: CEP, 1992, p. 58.
[2] Cf. John F. MacArthur, Jr., O evangelho segundo Jesus. São José dos Campos: Editora Fiel, 1991, p. 149.
[3] Kistemaker, p. 68.
[4] Cf. J. D. Douglas, Joio. In: Novo Dicionário da Bíblia. Vol. II. São Paulo: Vida Nova, 1986, p. 855.
[5] Citado por William Hendriksen, El evangelio según San Mateo. Grand Rapids: SLC, 1986, p. 600, nota 544. Uma posição semelhante ao de Ridderbos é defendida por John MacArthur, op. cit., p. 150.
[6] Cf. L. Berkhof, Teologia Sistemática. Grand Rapids: TELL, 1987, p. 680.
[7] Hendriksen, p. 600.
[8] Kistemaker, p. 63.
[9] MacArthur, p. 153

O que fizeram de nossas igrejas?

O ser humano, em geral, é muito criativo e produtivo, mas também é altamente destrutivo. Tudo depende da oportunidade, da época, das influências e logicamente da vontade de cada um.

Em nossas igrejas atualmente impera a modernidade aproveitando o inegável avanço da tecnologia. Tudo é moderno, prático e cômodo dentro do contexto, para facilitar e até para economizar espaço usando a logística e o "bom gosto".

Em função desta modernidade, hoje muitas pessoas não levam mais a Bíblia à igreja, também não levam o seu hinário, e creio que dentro de pouco tempo também não vão levar dinheiro, pois a moda hoje é usar apenas o cartão. Hoje somos uma espécie de "crentes virtuais". Quando alguém aparece na igreja trajado à moda antiga, geralmente atrai olhares e provoca admiração. Os crentes mais antigos se sentem deslocados, envergonhados e fora do contexto.

Sem dúvida, o que sofreu mais alteração com todas essas mudanças foram os nossos hinos. Ninguém mais quer cantar os hinos antigos que para muitos são ultrapassados, velhos e devem ser descartados. A maioria dos crentes abandonou o velho e saudável costume de louvar a Deus. Em muitas de nossas igrejas não se canta mais os hinos da Harpa Cristã, e quando alguém se arrisca a canta-los "com a igreja" acaba cantando sozinho. Que pobreza! O louvor a Deus é tão importante que o maior livro da Bíblia é o livro de Salmos, com 150 louvores. Sem louvar a Deus, estamos nos perdendo na bruma do comodismo e estamos ficando para trás.

Com toda essa deficiência, nós ainda batemos no peito e nos orgulhamos de nossa fé e de nossa crença. Gostamos de estatísticas e sempre dizemos que somos mais de 40 milhões de crentes no Brasil. No papel tudo fica bonito, colorido e atraente. Porém quando entramos na igreja, o que fazemos? Em geral, bem ou mal assistimos o culto. E depois saimos satisfeitos elogiando a mensagem e o pregador. As música cantadas foram agradáveis, melodiosas e terapêuticas. Pude rever muitos amigos e no final entrei na fila e cumprimentei o pastor. Estou satisfeito. Semana que vem tem mais.

É assim que acontece. Não preciso fazer mais nada, a tecnologia faz tudo por mim. Para que levar a Bíblia na igreja? Eu não vou ler, não vou pregar e se tiver que falar algumas palavras, falo de improviso. Cantar? Lá tem os cantores da igreja, os levitas, o grupo de louvor; eles cantam por mim. Vou apenas ouvir e depois bater palmas (se eles cantarem bem) e vou dizer que estou batendo palmas para Jesus. Afinal, hoje virou moda "dar uma salva de palmas para Jesus" - como se Ele estivesse interessado em nossos aplausos. E se eu não bater palmas, alguém vai perceber e até vai dizer que eu não gostei e sou um rebelde que nunca obedece ao pastor.

A nossa igreja é assim, e deverá sofrer ainda muitas mudanças com o passar do tempo, de acordo com as supostas necessidades. Estamos fazendo como o povo judeu que em certas ocasiões abandonava a forma de adorar a Deus e "inventava" a sua forma particular de culto. Criava regras, mudava a sua liturgia e imitava as nações vizinhas inclusive fazendo e adorando ídolos. O resultado dessa mudança todos nós sabemos - e a consequencia não era nada agradável. Eu sei que essas palavras aqui escritas provavelmente não vão surtir nenhum efeito e poderão até ser motivo de chacota, zombaria ou ironia, mas vejo como uma necessidade de alertar a todos, e a mim primeiramente. A Bíblia diz: "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará". (Gálatas 6.7). Nunca é tarde para voltar ao primeiro amor.

Autor: Cícero Alvernaz

Fonte: Ultimato
Via: Os Bereianos

Silas Malafaia debate PL 122 no Ratinho

A polêmica do PL 122/2006 foi o assunto em pauta no Programa do Ratinho (SBT) dessa quarta-feira dia (24) onde o pastor Silas Malafaia e a ex-deputada Iara Bernardes debateram acaloradamente sobre a possível aprovação do projeto de lei que sanciona como crime qualquer ação, ou mesmo opinião, que venha a ser interpretada como discriminação ou preconceito em relação ao homossexualismo.

ENQUANTO É POSSÍVEL, expresse você também a sua opinião, de maneira totalmente livre e democrática, sobre esse polêmico projeto de lei, que também é chamado entre os evangélicos de 'Lei da mordaça' ou 'Lei do privilégio'.

Parte I

Parte II

Parte III



Fonte: ogalileo
Por: Carlos Lima
conteudo@ogalileo.com.br
Via: Os Bereianos

16 fevereiro 2010

"Deus, por favor, apareça na televisão!"

"Deus, por favor, apareça na televisão!”... Este verso de uma canção do Kid Abelha, para mim, ganhou um novo sentido depois de ver a "gospelização" da televisão. Transformou-se num clamor de desespero. Ou deveria. Estou cansado de ver o cristianismo ser chacoteado por causa do que mais aparece na caixa idiota, no micro-ondas do mal. Não, eu não quero que a mídia deixe de apresentar crimes e sem-vergonhezas de pastores, “apóstolos”, missionários e padres. Não; eu não vou esculhambar com a Globo por causa de “Ó Paí, Ó”. Eu quero é que os “representantes” do “cristianismo” televisivo tenham vergonha na cara e mudem de vida!

Dia desses eu conversava, até animadamente, com uma pessoa que não é evangélica, e, depois de eu responder que não era muçulmano (?!) e meu colega dizer "Não. Ele é evangélico.", ela jogou na minha cara a questão financeira: a primeira coisa que ela me perguntou depois de saber que eu era cristão (e foi com ironia) foi quanto eu dava para a igreja. E eu juro a vocês que eu me arrependo de não ter dito, mesmo estando em público, que isso não era da conta dela, porque ela não paga minhas contas e nem eu como às expensas dela (da próxima eu nem vacilo, digo mesmo).

Não se pode mais falar de Jesus!

O evangelho agora é visto como uma faceta do tema economia. E o mais interessante é que os evangélicos conseguimos ser tão vistos como uma simbiose de pilantras e idiotas que as pessoas até esquecem que sem-vergonhice e disfaçatez, além de burrice, ganância e hipocrisia não são exclusividade nossa. Infelizmente, parece que essa taça é nossa – se não por maioria de votos, é pelo IBOPE da TV.

Não estou querendo atacar igrejas ou religiões, tampouco menosprezar meus diletos irmãos em Cristo, mas, enquanto vejo ladrões na TV cometendo estelionatos religiosos e vendendo Deus como um produto (e não são apenas evangélicos), não posso esquecer que a venda de indulgências e outros escândalos e imoralidades não são realidade somente nossa.

Existem religiosos que condenam enriquecer e riquezas mas não são pobres: nadam em luxo, em seus palácios cobertos de ouro, enquanto suas ovelhas morrem de fome; existem os que usam o nome de Deus para manobras políticas por influência e domínio, mando e desmando e criações de doutrinas malucas; existem aqueles que enaltecem a ganância, a ambição, a usura, a avareza e não toleram a austeridade; e existem os que só enxergam a imundície na religião dos outros, e, sabendo que não é isto o que elas ensinam, usam as distorções que aparecem na mídia:

1. como munição para atacar pessoas sérias, que não compactuam com a injustiça (isto é, por sacanagem);

2. como forma de pré-julgar as pessoas antes de conhecê-las (isto é, por preconceito e burrice); e/ou

3. para “legitimar” sua própria vida de pecado (isto é, cinismo).

Esse tipo de gente cínica é da pior espécie, e, no fim, infelizmente, pode terminar se dando mal. Pois sabe o que é certo e bom, não pratica e ainda caçoa de quem tenta viver direito usando o mal exemplo de pessoas notoriamente más e pseudorreligiosas como escudo.

Esses "ministros de Deus" de TV que vivem mendigando dinheiro e prometendo prosperidade e bênçãos milagosas não repassam o que Jesus ensinou, não imitam seu exemplo de vida e são extremente arrogantes. Não são discípulos de Jesus, pois eles não pregam e não vivem o evangelho (1Timóteo 4.1-2; 1 João 2.18-19). Suas vidas, em sentido oposto ao da vida de Jesus, comprovam isso claramente, pois milagres e dons, por si sós, não são certeza de aprovação divina (Mateus 7.15-23; Mt 24.24; 2 Tessalonicenses 2.9-12): é aí que aumenta nossa responsabilidade em conhecer a palavra de Deus para saber discernir os espíritos e tomar decisões certas (Mateus 22.29; 1 João 4.1).

Eu posso ter meus pecados, mas não busco viver neles. Agora, por favor, não me ponham junto com um saco de enganadores ou extorquidos, pois disto eu não faço parte! Já me basta a vergonha de receber a mesma terminologia de "evangélicos" que eles recebem. Meus pais, mesmo não sendo “crentes”, me ensinaram a ter vergonha na cara e a não iludir as pessoas. Com certeza, certos falsos ministros também devem ter recebido essa lição dos pais deles. E, se não a põem em prática, eu não tenho nada a ver com eles. E menos ainda a minha fé tem a ver com a deles.

Quer saber o que é cristianismo? Não me pergunte. E não veja TV (Deus não aparece nela). Apenas não se faça de sonso, olhe para a vida de Cristo e sua palavra, e você terá sua resposta. Simples assim. Mas não venha transformar a boa mensagem do evangelho naquilo que você sabe que Jesus Cristo não ensinou, valendo-se de pessoas de má índole, que, nem de longe, merecem ser chamadas de discípulos dele (apesar de se declararem tais)!

Cansei. Cansei mesmo. Agora as pessoas simplesmente não presumem mais boa-fé, honstidade, retidão ou qualquer coisa boa de pessoas que tentam viver sua fé em Cristo. Somos pré-julgados como palhaços idiotas manipulados por sacerdotes descarados só em dizermos "sou evangélico". E nem venham me dizer que somos perseguidos por causa do nome de Jesus! Não somos! Antes fôssemos! Eu tenho a absoluta certeza de que somos perseguidos por culpa nossa e da maioria de pessoas que incharam e hiperlotaram templos sem saber o que o evangelho é; e pior: sem saber quem Cristo é!


Vamos deixar de ser cínicos. Ou imbecis.


15 fevereiro 2010

Pastores de si mesmo

Por: Pr. André Santos
Infelizmente estamos mergulhados em uma crise de vocação ministerial sem fim. Ser pastor em uma sociedade como a nossa, não é uma tarefa fácil, bem da verdade que se tornou uma árdua tarefa. A nossa geração precisa ter consciência que os desafios que nos são propostos são particulares a nossa geração. Como disse o pastor Luiz Duarte: "Cada geração é responsável pela sua geração".

Vivemos em dias desafiadores, dias de alta tecnologia, da velocidade de informações, da busca de soluções imediatas, dias onde "nada" é absoluto, mas tudo tem sido levado ao crivo do relativismo. Uma das coisas mais difíceis que há em nossos dias, é encontrar uma igreja autentica, sem o verniz da aparência por cima de um arcabouço cavo, oco. Os pastores sentem-se sem ânimos, vencidos pela modernidade das igrejas tecnológicas, pastores que outrora eram referencias para sua geração, são postos de canto em detrimento das inovações juvenis, alguns até irresponsáveis. Os dias em que vivemos são reflexos do século XXI, um século permeado de desafios.

No meio desses desafios surgem outros, como por exemplo, o de continuar sendo pastor, em uma sociedade que não tem como característica a busca pelo divino, em uma sociedade que é caracterizada pela busca da espiritualidade fora de Deus. A banalização e secularização do sagrado fazem com que as pessoas não valorizem o ministério como algo que acontece por vocação e sim por ambição. Ser pastor, não traz mais cunho de vocação, mas de uma oportunidade para sucesso e fama no meio “gospel”.

A maior desilusão é quando encontramos pastores que abdicaram da verdadeira vocação para com o rebanho de Deus, e passaram a apascentarem a si mesmos. Sim, pastores que fazem das igrejas extensão de si mesmos, onde o apascentar o rebanho de Deus, tornou-se secundário. Isso não é novo, na verdade é uma problemática antiga que contribuiu para o desmoronamento do sistema religioso de Israel, a voz de Deus pôde ser ouvida através do profeta Ezequiel no cativeiro Babilônico que disse: “Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?” (Ez 34.2).

Nos tempos onde as crises alçavam altos picos, em um ambiente fértil que germinava nas pessoas a busca pelos seus próprios interesses, o profeta denúncia esse mesmo sentimento no coração dos pastores que haviam abandonado o rebanho e estavam apascentando a si mesmos.

Características dos pastores de si mesmos

O assunto não pode ser tratado de forma simplista, mesmo porque existem muitos pontos a serem considerados, porém, quero destacar aqui pelo menos quatro características que identificam pastores que inclinam-se a apascentar-se a si mesmos.


1. Se preocupam apenas com si mesmos. Existe uma linha muito tênue entre “cuida-te de ti mesmo” e apascentar a si mesmo. Porque a necessidade do cuidado pessoal para a vida é obrigação do obreiro, existem várias exortações bíblicas que nos apontam para esse cuidado, Paulo disse a Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina...” (I Tm 4.16), porém, não podemos fazer uma coisa como desculpa para abandonar outra. Há pastores que se preocupam em engodarem-se as custas do rebanho, sem critério algum, causando estragos sem precedentes. É um fato muito triste ver como alguns rebanhos são subjugados e extorquidos, em lugares onde se mercadejam as bênçãos de Deus.

Ultimamente temos visto grandes exemplos através dos pastores midiáticos que tem explorado o rebanho de Cristo sem o mínimo de misericórdia, alimentando seus egos e seus projetos “megalomaníacos”.

2. Abandonam o rebanho. Uma das coisas mais tristes que há é ver como os rebanhos estão abandonados, perdidos e desorientados. Rebanhos sem pastores, rebanhos que são levados de um lado para o outro por ventos de doutrina, buscando algo que possa saciar sua alma, pois os pastores estão demasiadamente ocupados e não podem atendê-los. Jesus lamentou sobre a condição do rebanho de Israel que tinha uma religião bem resolvida e que gozava de certo status junto ao império, quando disse: “Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9.36).

Muitas pessoas literalmente abandonadas e aflitas. Muitas vezes, porque a ocupação que parece ser demasiada, nada mais é do que necessidade de parecer importante. Eugene Peterson diz o seguinte:
“Que maneira melhor do que ser ocupado? As horas incríveis, os horários cheios, e as pesadas demandas no meu tempo provam para mim mesmo – e para todos que observarem que sou importante”.2

O trabalho pastoral vai muito além dos cultos de domingos, as necessidades são alarmantes, urgentes e imediatas.

3. Usam o rebanho como meio para fins. O rebanho de Cristo é o fim em si mesmo, porque foi por pessoas de todas as tribos, raças e nações que Jesus morreu na cruz e não por projetos que aparentemente viabilizam o alcance de “almas”. Precisamos analisar com temor e tremor as palavras do apóstolo Pedro: “Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição [...]também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme” (II Pe 2.1,3). Infelizmente muitos pastores vêem o rebanho como clientes e não como ovelhas, pessoas que buscam O Caminho, e simplesmente, dissimulam a verdade. Uma ocasião um seminarista me perguntou qual era a diferença da administração de uma empresa para administração de uma igreja, e eu respondi com poucas palavras: - “Administrar uma empresa é ver as pessoas como um meio para se chegar a um fim, que é o lucro. E, administrar uma igreja é enxergar as pessoas como o fim em si mesmo”. Porque foi por nós que Jesus morreu. Por isso, devemos usar todas estruturas envolvidas para que vidas sejam alcançadas e trazidas aos pés do Bispo das nossas almas, Jesus.

4. Vivem do rebanho, mas não cuidam do rebanho. Muitos ainda esbarram em uma pergunta antiga: O pastor deve ser remunerado? Acredito que a Bíblia tenha respostas claras para essa questão e reforçando a idéia que sim (I Co 9; II Tm 2.6,7). Mas o fato é que, se vivem assalariados pela obra, devem viver para a obra. E que obra é essa? Cuidar verdadeiramente do rebanho. O Profeta Ezequiel novamente aparece no cenário com a exortação: “Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas” ( Ez 34.3).

Infelizmente há pastores que evocam para si direitos especiais, mas que por outro lado não cumprem com o dever, o de apascentar o rebanho de Deus.

Desenvolvendo a vocação com autenticidade

Em tempos assim, é difícil de se identificar qual o modelo de pastor a seguir. Falta-nos referenciais e exemplos a serem seguidos. Pois, hoje, é preciso uma renovação de entendimento para que venhamos a sair da masmorra secularizada em que está mergulhada a nossa geração. Como superar esse momento e reformular em algum nível, alguns modelos pastorais existentes em nossos dias? Como pregando a outros, nós mesmos não venhamos ser reprovados no exercício pastoral?

Em primeiro lugar, é necessário ter em mente que o rebanho é de Cristo. Há uma certa tendência dos pastores sentirem-se donos dos rebanhos, e querer usufruir desse direito para fazer o que bem entender. O escritor Colin S. Smith diz o seguinte:
“...O uso do nome de Deus por líderes espirituais com o intuito de confirmar as próprias idéias é pura exploração e torna-se uma forma de chantagem espiritual. É uma ofensa contra Deus e um pecado que ele não considera superficial” .

Essa é uma tendência que escamoteia o rebanho e leva apodera-se do mesmo. Porém, quando lembramos a nós mesmos que o rebanho é de Cristo, a noção muda, o ministério e a vocação tomam outro significado. O apóstolo Pedro diz: “pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho” (I Pe 5.2,3). O rebanho foi confiado pelo próprio Jesus Cristo, e jamais podemos querer apropriar-nos dele. Cristo é o Bom pastor que dá a vida pelas suas ovelhas. Nós podemos construir a infra-estrutura, mas as pessoas, continuam sendo do “...Bispo e Pastor das vossas almas” ( I Pe 2.25).

Em segundo lugar, é preciso desenvolver a chamada por vocação. Poucos pastores têm a certeza da vocação. Muitos foram lançados na arena e deixados ao leu, sem estrutura ou convicção da própria chamada. Outros são abandonados à própria sorte, tendo que lutar, muitas vezes sozinho com dificuldades existenciais esmagadoras. Infelizmente tem crescido o número de pastores que cometem suicídio e que tem desistido de tudo, do chamado e até mesmo da vida. O apóstolo Paulo sabia que para pregar o Evangelho de Cristo e pastorear o rebanho de Deus, tinha que ser vocacionado, e por isso, afirmou dizendo: “Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (At 20.24).

O apóstolo Pedro parou de hesitar em seguir a Jesus e entender qual era sua vocação, não apenas depois do Pentecostes, mas depois que Jesus mirou os seus olhos, e lhe pediu a maior prova de amor que ele poderia demonstrar que era: “apascentando o seu rebanho” (Jo 21.15-17). Um chamado à vocação.

A vocação para o ministério não envolve fracasso profissional em dimensões seculares, projeção publica através do ministério e do rebanho. Não! Mas sim, uma vida de entrega a Jesus, tendo plena convicção que o seu chamado não foi dado pelos homens e sim pelo próprio Jesus, que deu uns também para pastores “...tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos” (Ef 4.12). Tenha consciência que os profetas, apóstolos, bispos, presbíteros e pastores que a Bíblia Sagrada menciona, superaram os mais diversos obstáculos, porque eles sabiam em quem estavam crendo. Para eles, viver era atender a vocação que Deus os confiou, de maneira que de alguns deles, o escritor aos Hebreus confirma: “homens dos quais o mundo não era digno...” (Hb 11.38).

Em terceiro lugar, deve considerar que um dia será chamado à prestação de contas. Nenhum pastor pode ignorar essa verdade, seremos chamados à prestação de contas do rebanho que nos foi confiado. O escritor aos Hebreus diz: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros”. (Hb 13.17). Já vi muitos pastores fazendo menção desse versículo apenas para exigir submissão e obediência, porém, esquecendo-se que, não passa desapercebido o texto que diz: “...como quem deve prestar contas...”. Essa é uma responsabilidade unânime no ministério pastoral, e que deve ser encarada com zelo e com amor. Foi com essa consciência que o apóstolo Paulo afirmou para os Tessalonicenses que tinha agido como uma mãe e como um pai com a igreja (I Ts 2.7,11).

Por último, é preciso dessecularizar o ministério pastoral. Todos nós sabemos que o ministério pastoral é um oficio espiritual, mas nesse mundo secularizado de hoje, onde muitas pessoas não conseguem enxergar além de uma visão materialista e ultrajante em todas as dimensões, precisamos lembrar que o mesmo Jesus que nos chamou para apascentar, nos chamou para o fazer por uma dádiva espiritual e não secularizada. Todos os instrumentos que utilizamos para o progresso do Evangelho são de grande importância, mas nada pode substituir a cruz de Cristo, de onde vem toda fonte de amor, dedicação sacrificial, entrega e devoção à chamada para apascentar. Precisamos de pastores que realmente conheçam o coração de Deus, como diz a Bíblia Sagrada: “Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência” (Jr 3.15).

Pastores estereotipados de "executivos" e de “super ungidos” são desnecessários para o rebanho. Um pastor precisa ser gente como seu rebanho, no mesmo arquétipo do próprio Cristo, vivendo como nós, passando a ser um de nós, sem negar a sua essência humana. Já ouvi de pastores que não se misturam com seus rebanhos para não parecer um deles. Isso é um fracasso no ministério pastoral, porque nenhuma liderança que é imposta por ostentação, por falsa impressão será valorizada. Podem até lhe aplaudir, mas no fundo saberão, que não passa de elucubrações humanas.

Que a chamada pastoral seja mais valorizada e que possamos nos aventurar em caminhar nos dedicando à fundo na chamada e na vocação que o Senhor nos tem confiado, atendendo a vocação de apascentar o rebanho de Deus e alcançando respeito diante dos homens como afirmou o apóstolo Paulo: “Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus” (I Co 4.1).

Paz seja convosco!

1. PETERSON, Eugene. O Pastor Contemplativo. Editora Textus, p. 28.
2. SMITH, Colin S. As maiores lutas da sua vida. Editora Vida, p. 45.

pastorandresantos.blogspot.com
http://www.andressantos.com/
Via: Ultimato
        Os Bereianos

Abuso Espiritual - Cuidado!

Data de Fundação: O abuso espiritual é tão antigo quanto as falsas religiões.

Organização Estrutural: O abuso espiritual pode ocorrer em qualquer organização estrutural, mas as estruturas mais autoritárias são ainda mais suscetíveis ao abuso espiritual sistemático.

Definição: Abuso espiritual é o uso impróprio de qualquer posição de poder, liderança, ou influência para satisfazer os desejos egoístas de um líder. Às vezes o abuso se origina em posições doutrinárias. Às vezes ele ocorre porque os interesses pessoais de um líder, ainda que legítimos, sejam satisfeitos de maneira ilegítima. Sistemas religiosos espiritualmente abusivos são comumente descritos como legalistas, controladores mentais, religiosamente viciadores, e autoritários.

Características Comuns:

1. Autoritarismo: A característica mais evidente de um sistema religioso abusivo, ou de um líder abusivo, é a ênfase excessiva em sua autoridade. Normalmente o grupo se diz ter sido estabelecido diretamente por Deus, e, portanto, seus líderes se consideram como tendo o direito de comandar seus seguidores.

Tal autoridade, supostamente, é derivada da posição que ocupam. Em Mateus 23:1–2 Jesus disse que “na cadeira de Moisés, se assentaram os escribas e os fariseus”, uma posição de autoridade espiritual. Ainda que outros termos sejam usados, essa posição, nos grupos abusivos, é de poder, e não de autoridade moral. Àqueles que se submetem incondicionalmente, são prometidas bênçãos espirituais. A eles é dito que devem se submeter completamente, sem o direito de questionar os líderes; se os líderes estiverem errados, isso é problema deles com Deus, e Deus ainda assim abençoará àqueles que se submetem incondicionalmente.

2. Aparência Externa: O sistema religioso abusivo procura sempre manter uma aparência de santidade. A história do grupo ou organização quase sempre é distorcida para se dar a impressão de que ela tem um relacionamento especial com Deus. Os julgamentos incorretos e as índoles duvidosas de seus líderes são negados ou encobertos para que sua autoridade não seja questionada, e para manter as aparências. Padrões legalistas de pensamento e comportamento, impossíveis de serem mantidos, são impostos aos membros. Seu fracasso em manter tais padrões é usado como constante lembrete de que eles são inferiores aos líderes, e portanto devem se submeter a eles. Religião abusiva é, essencialmente, legalismo.

A religião abusiva também é paranóica. Apenas uma imagem positiva do grupo é apresentada àqueles que não fazem parte dele, porque a verdade sobre o sistema religioso abusivo seria obviamente rejeitada se fosse conhecida. Isso é justificado com base na alegação de que pessoas “mundanas” não entenderiam a religião, e portanto, eles não têm o direito de saber. Isso leva com que membros escondam das pessoas que não são membros algumas doutrinas, regras, e procedimentos internos do grupo. Principalmente os líderes, normalmente, mantêm segredos que não divulgam a suas congregações. Esse sigilo está baseado na desconfiança geral dos outros, porque o sistema é falso e não pode resistir a escrutínios.

3. Proibição de Críticas: O sistema religioso, por não ser baseado na verdade, não pode permitir questionamentos, dissensões, ou discussões aberta sobre questões. A pessoa que questiona se torna o próprio problema, ao invés da questão que ela levantou. As resoluções sobre qualquer questão vêm diretamente do topo da hierarquia. Qualquer tipo de questionamento é considerado como desafio à autoridade. O pensamento autônomo é desencorajado, sob a alegação de que ele leva à dúvida, que por sua vez é vista como sendo falta de fé em Deus e em seus líderes ungidos. Desse modo, os seguidores procuram controlar seus próprios pensamentos, por medo de que possam estar questionando Deus.

4. Perfeccionismo: Todas as bênçãos, nos sistemas abusivos, vêm através da desempenho próprio. O fracasso é seriamente condenado, e portanto a única alternativa é a perfeição. O membro, enquanto crer que esteja tendo sucesso em manter os requeridos padrões, normalmente exibe orgulho, elitismo, e arrogância. Entretanto, quando os tropeços e fracassos inevitavelmente ocorrem, o membro muitas vezes naufraga na fé. Aqueles que fracassam nos seus esforços são vistos como apóstatas, fracos, e são normalmente descartados pelo sistema.

5. Desequilíbrio: Os grupos abusivos têm de se distinguir de todos os outros grupos religiosos para que possam alegar serem únicos e especiais para Deus. Isso normalmente é feito através de uma ênfase exagerada em posições doutrinárias menos centrais (como por exemplo, profecias sobre os últimos dias), ou através de legalismo extremo, ou uso de métodos peculiares de interpretação bíblica. Dessa forma, suas conclusões e crenças peculiares são exibidas como prova de que são únicos e especiais para Deus.

Algumas Respostas Bíblicas

Existem vários exemplos de abuso espiritual na Bíblia. No livro de Ezequiel, por exemplo, Deus descreve e condena os “pastores de Israel” que apascentam a si mesmos e não as ovelhas, que não cuidam das doentes, desgarradas e perdidas, mas dominam sobre elas com rigor e dureza (Ez. 34:1–10). Jesus reagiu com indignação contra os cambistas no Templo, que exploravam os fiéis (Mt. 21:12–13; Mc. 11:15–18; Lc. 19:45–47; Jo. 2:13–16), e também contra aqueles que se importavam mais com suas próprias interpretações da Lei do que com o sofrimento humano (Mc. 3:1–5). Em Mateus 23, Jesus nos dá uma importante descrição dos líderes espirituais abusivos. Em Gálatas, Paulo argumenta contra aqueles que queriam impor um cristianismo legalista, subvertendo a mensagem do evangelho. Existem muitos outros exemplos na Bíblia.

Jesus Cristo era Deus encarnado, a segunda Pessoa da Trindade, o Criador do universo. Ele, obviamente, tem a mais alta e soberana autoridade espiritual. Ainda assim, Jesus não usou essa autoridade para subjugar seus discípulos; ele não abusou de sua autoridade para colocá-los sob o jugo de regras e regulamentos legalistas. Ao contrário, ele disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt. 11:28–30).

Nem tampouco Jesus procurava manter as aparências externas. Ele comia com publicanos e pecadores (Mt. 9:10–13). Aos fariseus legalistas, Jesus aplicou as palavras de Isaías: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mt. 15:9). Ele condenou sua atitude: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia! Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas, por dentro, estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade” (Mt. 23:27–28).

Jesus não era paranóico como os líderes abusivos. Seu ministério era transparente ao publico (Jo.18:19–21). Ele não tinha nada a esconder. Jesus não só criticou os líderes religiosos por suas doutrinas errôneas (Mt. 15:1–9; 23:1–39; etc.), mas também, quando criticado, ele não os silenciou, mas deu-lhes respostas bíblicas e racionais às suas objeções (e.g., Lc. 5:29–35; 7:36–47; Mt. 19:3–9).

Jesus, ainda que ensinasse a Lei perfeita de Deus, colocava as necessidades legítimas das pessoas acima de regras ou regulamentos legalistas (Mt.12:1–13; Mc. 2:23–3:5). Ainda que nenhum ser humano seja absolutamente perfeito nessa vida (1 Jo. 1:8), podemos saber que já temos vida eterna (1 Jo. 5:10–13; Jo. 5:24; 6:37–40; Rm. 8:1–2).

Os fariseus eram um exemplo de líderes espirituais abusivos: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!” (Mt. 23:23).

Efeitos do Abuso Espiritual

O abuso espiritual tem um efeito devastador na vida das pessoas. Elas normalmente depositam um alto grau de confiança em seus líderes, os quais deveriam honrar e guardar tal confiança. Quando essa confiança é traída, a ferida que se abre é muito grande, até mesmo a ponto da pessoa nunca mais poder confiar em líderes espirituais novamente, mesmo que eles sejam legítimos.

Uma situação análoga pode ser vista nas vítimas de incesto, que apresentam sintomas emocionais e psicológicos muito parecidos com os vistos naqueles que são abusados espiritualmente. O principal sintoma é a incapacidade que desenvolvem em se relacionarem normalmente com pessoas que representem ou tenha alguma associação mental com a fonte de sua dor emocional.

Além de desenvolverem medo e desilusão com relação a líderes religiosos, as vítimas de abuso espiritual muitas vezes têm dificuldade em confiar em Deus. Eles se perguntam, “como é que Deus pode ter permitido que isso acontecesse comigo? Tudo o que eu queria era amá-lo e servi-lo!” Muitas vezes, essas pessoas desenvolvem grande rancor. A raiva, por si própria, não é necessariamente pecado, pois até mesmo Deus se ira contra a injustiça (veja acima). Entretanto, se esse rancor não for progressivamente eliminado, ele pode estabelecer raízes de amargura e incredulidade com relação a tudo que seja espiritual.

Recuperando-se do Abuso Espiritual

Para que haja uma recuperação dos males causados pelo abuso espiritual, é preciso que a vítima entenda o que aconteceu, por que aconteceu, e como aconteceu. Ela também precisa entender que ela não é a única pessoa vitimada por esse tipo de abuso. Ela deve procurar grupos de apoio, e ser contínua e pacientemente ensinada sobre a graça de Deus. Os grupos de apoio são necessários não só para que a vítima seja ministrada pelo grupo, mas também para que ela possa usar sua experiência para ministrar a outras vítimas, o que é essencial para a sua recuperação.

A vítima também deve procurar eventualmente perdoar os que a abusaram. Normalmente alguns anos são necessários para que uma vítima de abuso espiritual possa ser totalmente restaurada.

Traduzido e adaptado com a permissao de Watchman Fellowship, Inc.

Tradução e adaptação: Marcelo Parga de Souza
Fonte: http://www.agirbrasil.org/Apol_Geral/Abuso_Espiritual.html


Para saber mais sobre abusos espirituais de falsos líderes manipuladores, clique aqui e veja a matéria completa sobre o tema. Altamente recomendado!

Via: Os Bereianos

11 fevereiro 2010

0 O desafio de pregar Cristo numa sociedade viciada em sexo

Por: Renato Vargens

A industria pornô movimenta milhões de dólares em todo mundo. Infelizmente os chamados filmes pornô fazem parte da realidade de uma multidão de pessoas nos mais variados países.

Para piorar a coisa a cada dia cresce mais o número de sites pornográficos, bem como a procura por materiais do mesmo gênero. Há pouco um conhecido tabloide inglês publicou a notícia que uma empresa inglesa de filmes pornô, ofereceu 1 milhão de dólares para que a cantora Susan Boyle perdesse a virgindade em um filme adulto.

Lamentávelmente os números da indústria pornô são impressionantes e apontam para o profundo estado de depravação humana, senão vejamos:

43% de todos os internautas vêem material pornográfico (1 de cada 3 são mulheres);
Apesar de, pelo primeiro ano, não aparecer como os termos mais buscados no Google Brasil, "sexo" e "pornô" permanecem dentro do top 5 de palavras mais buscadas por jovens abaixo dos 18 anos;
Só 3% dos sites requerem uma verificação de idade;
Só 0,5% dos sites tem certificadores de conteúdo;
35% de todas as descargas em internet são relacionadas a pornografia;
A média de tempo para ver pornô na internet é de 15 minutos;
10% dos usuários que vêem pornô admitem ser viciado à pornografia;
Em todo mundo a pornografia gera ganho de 97 mil milhões de dólares (28% China, 27% Coréia do Sul, 21% Japão, 14% EUA);
Estados Unidos gasta 13.600 milhões de dólares em pornô;
Companhias como a Time Warner, GM e Marrriot fazem milhões vendendo erotismo;
San Fernando Valley (ao sul da Califórnia) produz 90% de todos os filmes pornográficas e estreia 20 mil filmes para adultos ao ano;
Uma estrela pornô feminina pode ganhar em qualquer lugar de 100 mil a 250 mil dólares ao ano;
Em média uma ator pornô pode ganhar até 40 mil anuais;
15 novos casos de DSTs de atores e atrizes pornô são reportados a cada semana.

Caro leitor, sem sombra de dúvidas vivemos em um mundo submerso em pecado e que despreza os padrões de moral e justiça divina. A sociedade, de forma geral, encontra-se envolvida em um estilo de vida que se contrapõe aos princípios da lei de Deus. Os padrões de moralidade parecem não mais existir, a forma de se medir felicidade e sucesso difere daquela encontrada na Palavra de Deus. O objetivo de vida do ser humano não é a glorificação do nome do Senhor e sim a busca desenfreada pela satisfação pessoal, ainda que para isso seja necessário desconstruir conceitos e valores jogando-os definitivamente na lata do lixo.

Como já escrevi anteriormente fomos chamados pelo Senhor a vivermos de modo absolutamente diferente dos que compõem esta geração. Compromisso com a moral, decência e santidade devem fazer parte da vida daqueles que nasceram de novo, levando-nos a exalar sobre os que se encontram em estado de putrefação espiritual o bom perfume de Cristo.

Quanto a nós, discípulos de Cristo, cabe um posicionamento audacioso diante da promiscuidade que tomou conta do nosso país, como também refutar veementemente a comercialização do corpo da mulher. Tenho plena convicção de que como cristãos, não devemos nos curvar diante da imoralidade que tem destruído parte da sociedade brasileira. Como evangélicos, temos por missão anunciar a esta geração, Cristo, o qual é único capaz de satisfazer o vazio da alma, transformando gemidos em esperança, escravidão em liberdade, morte em vida.

Pense nisso!

Fonte: Renato Vargens
Via: Os Bereianos

10 fevereiro 2010

Cientistas se comunicam com paciente em estado vegetativo

Um grupo de cientistas europeus conseguiu estabelecer uma comunicação com um paciente em estado vegetativo, em que este respondia mentalmente "sim" ou "não" às perguntas dos estudiosos. A pesquisa publicada no New England Journal of Medicine na quarta-feira explica que o paciente está nessa condição vegetativa há sete anos, quando sofreu um acidente de trânsito.

Os médicos das universidades de Cambridge, na Inglaterra, e de Liège, na Bélgica, pediram ao paciente belga que imaginasse atividades motoras, como jogar tênis, para responder "sim", e imagens espaciais, como ruas, para indicar "não".

Os especialistas sabiam que cada tipo de pensamento ativaria uma área diferente de seu cérebro. Portanto, por meio de uma técnica de Imagem por Ressonância Magnética Funcional (IRMF, na sigla em inglês), que monitora a atividade cerebral do paciente em tempo real, eles puderam identificar suas respostas.

O paciente respondeu corretamente a cinco das seis perguntas sobre sua vida pessoal. Ele confirmou, por exemplo, que seu pai se chamava Alexander.

"Nós ficamos atônitos quando vimos os resultados do exame do paciente. Ele foi capaz de responder corretamente às questões que fizemos simplesmente alterando seus pensamentos", disse Adrian Owen, professor de neurologia da Universidade de Cambridge e um dos coordenadores da pesquisa.

A pesquisa

No total, o grupo trabalhou com 54 pacientes que sofrem de desordem de consciência, dos quais 23 estão em estado vegetativo. Eles também usaram a técnica com voluntários saudáveis, para efeito de comparação.

O repórter da BBC Fergus Walsh também passou pelo teste do IRMF. "Eu passei aos cientistas os nomes de duas mulheres, sendo uma delas a minha mãe. Eu me imaginei jogando tênis quando disseram o nome dela. Em um minuto eles sabiam qual das duas era a minha mãe. Eles também foram capazes de acertar se eu tinha filhos", narrou Walsh.

A pesquisa concluiu que dos 54 pacientes envolvidos, cinco foram capazes de voluntariamente alterar sua atividade cerebral. Três deles demonstraram inclusive algum grau de consciência, mas os outros dois não necessariamente mudaram seus pensamentos conscientemente.

Owen diz que o estudo abre o caminho para que o paciente em estado vegetativo possa tomar decisões quanto ao seu tratamento. "Você poderia perguntar se os pacientes sentem dor e então prescrever algum analgésico, e você poderia ir além e perguntar a eles sobre seu estado emocional", explicou.

O uso dessa técnica pode levantar questões éticas, como por exemplo, se é correto desativar os aparelhos para deixar um paciente em estado vegetativo morrer, já que ele pode ter algum grau de consciência e até capacidade de manifestar vontade própria.

Fonte: Terra

A morte da pregação (parte3):Pregação ou Palestra motivacional

E segue o enterro da pregação, sem pompa nem circunstancia, mas já acharam substitutos: as palestras motivacionais, que infestam os pulpitos com promessas vazias de vitórias e conquistas, feito tirinhas de horóscopo nos jornais....papagaios de realejo de terno e gravata, toalhinha, voz esganiçada e cara-de-pau...banquinha de cd e apostila na porta, conta gorda e anel de doutor..."livrin chupinhado", frases "de(e)feito", mulher que canta e ar de intelectual...multidões fascinadas, encantadas e enganadas...bíblias customizadas, agendas cheias e festividade todo fim de semana...rajadas, barulho, e efeito de voz...Martinho Lutero, Spurgeon e cia., são chamados para dar aval e como não podem dizer "não" são trazidos à força...a Bíblia é citada ou lida por pretexto...no final de tudo uma chamada, um apêlo e uma oração e podem descer o caixão...

Fonte: Adoração e Pregação
Via: Os Bereianos

07 fevereiro 2010

Estou com uma vontade doida de pecar!

Você já sentiu essa vontade doida de fazer alguma coisa que considera que é pecado? Um desejo quase incontrolável de se entregar e praticar aquilo que está com vontade; às vezes até algo pervertido e secreto? Já sentiu estar à beira de um descontrole, tentando renunir forças para lutar consigo mesmo?

Você não está sozinho no universo! Todos nós sofremos esta pressão, praticamente todos os dias. Às vezes ficamos muito assustados com a força que esse tipo de desejo tem sobre nós e com a nossa fraqueza em dominá-lo.

Paulo, conseguiu resumir essa realidade em uma frase: "Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço" (Romanos 7. 19)

O que devemos fazer então? Aceitar essa força inerente e se entregar aos nossos desejos que sabemos ser incorretos? Deixar rolar, curtir o momento, se esbaldar no que o nosso coração desejar? Não reprimir o que sentimos, pois a psicologia diz que faz mal reprimir?

Nenhuma das alternativas! O mundo, o nosso "eu", o Diabo, e porque não alguns estudiosos nos empurram para isso, mas esse não é o caminho de Deus.

O cristão deve, em primeiro lugar, ter consciência da guerra que é travada dentro dele, entre a carne, que quer impor desejos errados, e o espírito, que quer impor a vontade de Deus. A grande força que sentimos nos impulsionando ao erro é a tendência que temos ao pecado.
Em segundo lugar, assumir que sem Cristo sempre vamos perder a guerra. Com Cristo devemos assumir a postura de ataque e defesa contra nossa natureza pecaminosa. Cristo nos garante a vitória, mas não sem luta.

Em suma, devemos viver cada dia, conscientes de quem somos, das nossas fraquezas e sujeitando-nos a Cristo cada minuto, sem se esquecer que estamos em guerra. Buscar o perdão pelas falhas e aperfeiçoar a cada dia a nossa esperiência de fé.

Na hora que sentir aquela vontade quase irresistível de se fazer o que não se deve, resista que ela vai passar. Cristo garante!

Fonte: Esboçando Ideias

06 fevereiro 2010

4 palavras hebraicas para homem

Quatro palavras hebraicas principais são geralmente traduzidas por “homem” no Antigo Testamento:


אָדָם ‘adam, “Adão”, “ser humano”, “humanidade”, “raça humana” aparece 562 vezes, sempre na forma singular mas na maioria das vezes com sentido coletivo. O termo provavelmente vem de uma raiz que significa “escuro” ou “vermelho”.

אִישׁ îsh “homem”, “marido”, ocorre 2160 vezes, geralmente referindo-se ao marido em oposição à esposa ou ao masculino em relação ao feminino. Aplica-se aos animais machos em oposição às fêmeas (Gn 7.2).

אֱנֹוש ‘enosh, “ser humano”, ocorre 42 vezes e provavelmente vem de uma raiz que significa “ser fraco” ou “mortal”. O termo aparece com mais freqüência em Jó (7.1; 15.14; 25.4) e em Salmos (veja Sl 103.15). ‘Enosh muitas vezes está em paralelo com ‘adam, como nas passagens que levantam a pergunta: “Que é o homem?” (Jó 7.17; Sl 8.4; 144.3).

גֶבֶר geber, “homem”, “homem forte”, “valente”, ocorre 65 vezes e transmite a idéia de poder, força ou excelência. Salmos e Jó usam o termo com freqüência no sentido de uma pessoa que confia em Deus e o teme, e faz o que Ele exige (Jó 3.23; 4.17; 10.5; 14.10; 16.21; 22.22 – Sl 34.9; 37.23; 55.8,9 – Jr 17.7).


Quando me esqueço........


Que sou אָדָם ‘adam

Rejeito minha espiritualidade. Sou apenas um animal.


Que sou אִישׁ îsh

Rejeito meu papel relacional e não assumo meu papel familiar e social.


Que sou אֱנֹושׁ ‘enosh

Rejeito minha fragilidade. Sou um suposto “ser divino”.


Que sou גֶבֶר geber

Rejeito minha responsabilidade com a criação, e produzo o caos.


Fonte: Pr. Marcelo de Oliveira

Quando será o fim do mundo?

Por: Renato Vargens

Volta e meia nós ouvimos alguém gritar: O fim do mundo chegou! Na verdade, basta um cataclisma acontecer ou uma tragédia vir sobre parte da humanidade que muitos começam a advogar de que o mundo está prestes a acabar.

Foi assim com os Testemunhas de Jeová que anunciaram o fim do mundo para 1914; ou como os ”Borboletas Azuis“ de Campina Grande, na Paraíba que previram um dilúvio que marcaria o fim do mundo para 13 de maio de 1980; ou ainda como ocorreu no Japão onde um grupo responsável por um atentado no metrô de Tóquio previa o fim do planeta para 15 de abril de 1995.

A preocupação com fim o do mim é coisa antiga. No reveillon de 999 muitos europeus aguardavam o apocalipse. A crença no fim do mundo no ano 1000 vinha de uma interpretação literal de um dos textos bíblicos, o Apocalipse de João. Ali se lê que ‘depois de se consumirem mil anos, Satanás seria solto da prisão“ para ”seduzir as nações do mundo". Ora, bastou na época o surgimento de um eclipse, de um incêndio inexplicável, de pragas agrícolas, do nascimento de um bebê monstruoso, da passagem de um cometa no céu, do relato da aparição de uma baleia do tamanho de uma ilha na costa francesa, ad grande epidemia de 997, para que se interpretasse a proximidade do fim do mundo.

Há pouco a indústria cinemátográfica lançou no cenário mundial o filme 2012. A película baseia-se na crença Maia de que o mundo iria acabar em 2012. A teoria "maiana" revela que o fim da terra começa com o alinhamento planetário e uma inversão dos pólos da terra após um grande tsunami. Após isto o caos se instala e o planeta terra começa a se tornar inabitável.

Pois é, a Bíblia nos ensina a ficarmos de olho nos sinais que antecedem a volta de Cristo, no entanto, existe uma enorme diferença entre observar o que acontece em nosso planeta e determinar o fim de todas as coisas. Cristo nos chamou a pregar o Evangelho da Salvação Eterna e não nos tornarmos detetives miticulosos tentando descobrir o dia final do planeta.

Caro leitor, vamos combinar uma coisa? Tem gente que se transformou em caçadores dos códigos esquecidos ou escondidos na Bíblia que apontam o data do fim do mundo. Infelizmente já teve até gente marcando a data da volta de Cristo! Ora, pessoas que agem desta forma correm o sério risco de tornar-se participantes ou dissiminadores de heresias destruidores provinientes de seitas infernais.

Somente o Senhor Todo-poderoso sabe quando será o dia final. Cabe a nós, vivermos o Evangelho, multiplicarmos nossos talentos, pregarmos as Boas Novas da Salvação aguardando com santa expectativa a volta do Senhor.

 
Maranata!


Quais são as marcas visíveis das pessoas santificadas?

Por: J. C. Ryle (1816-1900)


(a) Santificação é mais do que falar sobre religião. Algumas pessoas estão tão familiarizadas com palavras e frases do evangelho e de falar tão fluentemente sobre eles, que convencem outros de que são de fato crentes. Deus não deseja que seu povo seja simplesmente um vaso vazio, como gongos ou como címbalos ecoando. “Não amemos com palavras, mas com ações e em verdade” (1 João 3.18)

(b) Santificação não é apenas uma apreciação temporária dos sentimentos religiosos. Serviços especiais (missionários) e reuniões de avivamento podem atrair muita atenção e devemos agradecer a Deus quando eles apresentam a mensagem do evangelho a muitas pessoas. Mas essas coisas são acompanhadas de muitos perigos, bem como de vantagens. Onde é semeado trigo, o diabo vai semear joio. Precisamos ter cuidado com a excitação religiosa que leva alguns a sentir uma atração temporária pelo Senhor. Depois de algum tempo, entretanto, ele caem (e voltam ao mundo) e se tornam mais endurecidos e piores do que antes. Devemos exortar todos os que mostram um novo interesse no cristianismo a se contentar com nada menos que uma profunda obra de santificação do Espírito Santo.

(c) Santificação não é apenas a realização ocasional de ações corretas. Muitas pessoas sinceras tem prazer em fazer, de tempos em tempos, o que eles sentem que são atos religiosos. Contudo, receio de que essa religiosidade externa é um substituto para a santidade interior. Eu sinto que há necessidade de falar claramente sobre este assunto. Pode haver uma quantidade imensa de serviços corporais enquanto não há santificação real.

(d) Santificação não consiste em retirar-se da vida quotidiana no mundo. Em cada época tem havido aqueles que acreditam que retirar-se em reclusão do mundo é uma estrada para a santificação. Mas onde quer que vamos, nós carregamos conosco a fonte do mal – os nossos corações. A verdadeira santidade não é uma planta frágil que só pode sobreviver em uma estufa, mas é forte e vigorosa e pode florescer na vida normal diária. A verdadeira santidade não faz o cristão evitar a dificuldade, mas enfrentá-la e superá-la.

(e) Santificação [verdadeira] manifesta-se no habitual respeito daquilo que Deus requer de nós. Quem tenta ser santo e ao mesmo tempo despreza os Dez Mandamentos quebrando qualquer um deles está seriamente iludido e terá dificuldades para provar que é “santo” naquele “último dia”.

(f) Santificação [verdadeira] manifesta-se no constante esforço para fazer a vontade de Cristo. Seus requisitos práticos são encontrados em todos os Evangelhos e no sermão do monte. Nosso Senhor ensinou seus discípulos continuamente o que deveriam ser e fazer. “Vós sois meus amigos se fizerdes os que eu vos mando” ( João 15.14), foram as Suas palavras. Nós ainda servimos a este mesmo Senhor.

(g) Santificação [verdadeira] se manifesta num desejo de viver de acordo com o padrão para as Igrejas, estabelecidos por Paulo. Esse padrão pode ser encontrado nos capítulos finais de quase todas as suas Epístolas. Eu desafio qualquer pessoa a ler com cuidado os escritos de Paulo sem encontrar neles um grande número de claras orientações práticas sobre o dever do cristão, em cada relacionamento da vida. Estas instruções foram escritas por inspiração divina, para a orientação dos cristãos professos.

(h) Santificação [verdadeira] se manifesta na atenção a todas as graças espirituais que o Senhor tão bem exemplificou. “assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão que sois meus discípulos.” (João 13.34,35). Pedro escrevendo aos crentes diz: “Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente” (1 Pedro 2.21-23). Paulo nomeou nove graças na lista do fruto do Espírito em Gálatas 5.22-23. Não faz sentido a pretensão de santificação a menos que exibamos estas coisas em nossas vidas. Nem todos os crentes apresentam todas estas marcas, mas elas são o padrão bíblico que todos os fiéis devem procurar.

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Aspects of Holiness, J. C. Ryle, Grace Publications, pp. 25-27
Tradução livre e adaptação: Silas Roberto Nogueira

Via:  Veritas   -----  Os Bereians

03 fevereiro 2010

GESTOR OU PASTOR?

Gestor cuida de coisas, pastor cuida de ovelhas.


Gestor visita obras, pastor visita ovelhas.


Gestor administra os negócios, pastor alimenta as ovelhas.


Gestor comanda de sua mesa, pastor se envolve com as ovelhas.


Gestor cheira a gabinete, pastor cheira a ovelha;


Gestor manda nos comandados, pastor serve as ovelhas.



Gestor possui seguranças, pastor protege as ovelhas.



Gestor consulta o número do cadastro, pastor conhece as ovelhas pelo nome.



Gestor espera o resultado, pastor vai em busca da ovelha e a carrega nos ombros.



Gestor pune, pastor corrige as ovelhas.



Gestor demite, pastor restaura as ovelhas.



Gestor da treinamento para os liderados, pastor guia as ovelhas.



Gestor tem metas, pastor tem propósitos.







Gestor busca o topo, pastor caminha nos vales.



Gestor usa apenas a técnica acadêmica, pastor usa a experiência dos desertos e dos vales.



Gestor é formado, pastor é chamado.



Gestor assina papéis, pastor cumpre o seu papel.



Gestor gasta tempo e recursos com a manutenção do posto, pastor investe na oração.



Gestor constrói prédios, pastor edifica vidas.



Gestor paga contas, pastor paga o preço.



Gestor é temido, pastor é amado.



Gestor possui igreja, pastor é dado a igreja.



Gestor é chefe, pastor é amigo.



Gestor é bajulado, pastor é honrado.



Gestor passa, pastor fica na memória.



Gestor vive regaladamente, pastor dá a vida pelas ovelhas.

Leia agora

Não seja igual