A Coreia do Norte é conhecida por ser um Estado ateu, o que significa que não há uma religião oficial. Por conta disso, os cristãos sofrem uma severa perseguição, pois são vistos como uma ameaça ao Governo. Denunciar os próprios familiares e amigo são atos louváveis para quem reconhece as “ameaças” às autoridades. Apesar disso tudo, a Igreja tem permanecido e vidas têm sido alcançadas.
Kim é uma coreana que foi para a China por falta de perspectiva de vida em seu país e é uma prova do amor de Deus. Embora tenha deixado sua filha para trás, a esperança de Kim era poder sustentá-la com o dinheiro que ganhasse do outro lado da fronteira, na China. Por “razões de segurança”, ela se casou com um homem chinês.
A melhor maneira que as mulheres norte-coreanas encontram para se ocultar das autoridades e não serem deportadas é se casar com um chinês. Mas a irmã Kim foi traída. Alguém informou à polícia chinesa que ela era da Coreia do Norte. Felizmente, ela escapou em tempo, quando chegaram para prendê-la.
Salvação
“Quando Kim chegou à nossa Casa de Refúgio, pudemos perceber que ela era uma jovem com problemas”, contou um cooperador de Portas Abertas. “Kim fugia dos estudos bíblicos. Ela gritava que era uma comunista de verdade. Então, caiu doente e reclamava de muitas dores no estômago. Kim não queria nos contar o que havia acontecido. Nós oramos e, aos poucos, ela foi se interessando mais pelo Evangelho – sobretudo quando descobriu, ouvindo as escrituras, que em toda sua vida ninguém havia cuidado dela, a não ser Jesus.”
Por fim, a irmã Kim compartilhou com a equipe da Casa de Refúgio o que lhe havia acontecido. Pouco antes de chegar à Casa, ela fizera um aborto numa clínica da cidade e a coisa não correra bem. “Nós oramos e jejuamos por ela e, após uma semana, ela estava bem melhor. Depois disso, ela mergulhou no estudo da Bíblia”, contou o cooperador.
Irmã Kim teve oportunidade de tentar fugir para a Coreia do Sul, mas, após alguns meses na Casa de Refúgio de Portas Abertas, decidiu voltar à sua pátria. Ela não via sua filha há três anos e resolveu voltar com uma Bíblia, que é terminantemente proibida na Coreia do Norte.
Cuidado de Deus
“Nós a acompanhamos de volta até a fronteira, compramos uma passagem para ela, mas Kim não tinha um documento de identidade, o que tornava tudo muito arriscado”, relatou o cooperador. “Kim não se sentia bem. Sua garganta estava inflamada e, no trem, seu nariz começou a sangrar. Um oficial de imigração chinês veio conferir seus documentos, mas ela não falava chinês. Então eu disse que ela era muda e pedi a ele um remédio para o sangramento de seu nariz. Ele não tinha, mas sentiu compaixão dela. Então, o oficial atravessou conosco os outros pontos de controle e nos colocou num táxi, que nos levou até a fronteira. Depois de pagar o táxi, eu deixei uma soma de dinheiro com a irmã Kim.”
O cooperador de Portas Abertas concluiu seu relato: “Ela abraçou sua Bíblia e cruzou o rio para a Coreia do Norte. Desde então, eu não tive mais notícias dela. É claro que estou preocupado”, o cooperador admitiu, “mas sei também que ela está nas mãos de Deus.”
Tradução: Joel Macedo
Portas Abertas