Por Ciro Sanches Zibordi
Ao ser perguntado sobre os sinais da sua vinda e do fim do mundo (Mt 24.3), o Senhor Jesus profetizou: “Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares” (v.7). Ele não disse que só ocorreriam terremotos perto das bordas das principais placas (tectônicas) que constituem a crosta e ao longo das elevações no meio do oceano, onde uma nova crosta está em formação.
A despeito de todos os avanços na área da sismologia, ainda não é possível prever com total precisão onde e quando os terremotos ocorrerão. É óbvio que a maior concentração de terremotos está situada no chamado “anel de fogo” em torno do Pacífico e no cinturão que abrange o Mediterrâneo e segue em direção ao leste, até o Himalaia e a China. Mas a Placa de Nazca — placa tectônica do tamanho dos Estados Unidos — avança sob a América do Sul.
Nazca se move bem devagar, é verdade, à velocidade do crescimento de um fio de cabelo, forçando a Cordilheira dos Andes cada vez mais para cima, e, conforme a massa terrestre sul-americana resiste, essa placa se contorce e se deforma, afundando no manto da Terra.
Mas, e se Deus quiser aumentar a velocidade do deslocamento da Placa de Nazca? Com certeza, sismos como o ocorrido no Haiti poderão acontecer por aqui também. Se o movimento dessa esteira rolante aumentar, submeterá vários países da América do Sul não apenas a tremores leves, mas a grandes terremotos, como o que ocorreu, no dia 15 de agosto de 2007, em Lima, no Peru (ilustração acima), atingindo a magnitude de 8 graus na escala Richter — escala logarítmica criada pelo sismólogo norte-americano Charles Richter (1900-1985) para avaliar a energia liberada por terremotos.
Afirmar que os terremotos ocorrem apenas por causa do deslocamento de placas tectônicas é simplismo. Por quê? Porque a Palavra de Deus afirma que o Senhor está julgando o mundo em razão do seu pecado. Ele, por exemplo, já derramou a sua ira sobre Sodoma e Gomorra (Gn 19); e antes já havia inundado toda a Terra com as águas do Dilúvio (Gn 6-7). E, por ocasião da Grande Tribulação, haverá grandes juízos sobre o mundo por causa do pecado (Ap 6-8).
Que Deus está julgando o mundo hoje não há dúvidas: “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça” (Rm 1.18). E sabemos que impiedade e injustiça existem nos Estados Unidos e no Haiti, na Holanda e no Afeganistão, no Brasil e em Angola, na Austrália e no Japão, etc.
Não podemos limitar a ocorrência de grandes terremotos a fatores naturais (cf. Mt 24.7; Lc 21.11), como o deslocamento de placas no fundo do oceano, pois Deus está no controle de todas as coisas. Como eu já disse, em outro artigo, se levássemos em consideração a lei da sementeira e sega, o Brasil já teria experimentado várias outras tragédias, e de enormes proporções. Tragédias acontecem aqui e ali, umas maiores, outras menores. Mas o que é certo mesmo é que o soberano Deus está julgando o mundo por causa do pecado.
É claro que não é o momento de associar o que aconteceu ao pobre povo haitiano com juízos divinos — e é por isso que declarações a respeito da religião prevalecente no Haiti estão provocando tantas reações intempestivas e desproporcionais na blogosfera evangélica —, porém negar o fato de que o Senhor está julgando o mundo, repito, é simplismo.
Em Cristo,